sexta-feira, 16 de julho de 2010

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Bom, depois de tudo isso, não sei se o que eu penso pode se tornar uma verdade. Talvez seja melhor assim. Mas logo ali, as coisas sempre se revelam de uma maneira que tudo volta a se organizar e faz sentido. É muito ruim sentir e simplesmente não valer. Mas, uma consciência tranquila de que se tentou faz tudo parecer melhor. Arriscar. O que tiver que ser, será. E o que está reservado ninguém nos tira.

Para onde vamos?

Há algum tempo não escrevo porque tudo parecia ir muito bem, sem dúvidas e sem decepções. Aquela pessoa meio sem definição e sem reafirmar seu verdadeiro sentimento me mostrou que eu não deveria ter medo. Que era bom se jogar no relacionamento e aproveitar. Me mostrou um lado que eu não conhecia: doce, dedicado, carinhoso. Como é gostoso perceber que o sentimento é correspondido. O “nós” passou a ser uma realidade e foi muito bom compartilhar isso!

Hoje, me vejo novamente naquele vai e vém, meio perdida. Sem saber se a saída é logo ali ou se o caminho é positivo do lado de quem se gosta. Comecei a me encontrar em palavras, mais uma vez. E vejo que um relacionamento se faz de admiração, companheirismo e entendimento mútuo. Entendimento! Palavra bonita, mas mais bonita ainda se colocada em prática.

Percebo que personalidades muito incompatíveis são a chave para o fracasso a dois. Eu digo A, você entende B e tudo volta a estaca zero. Não sei nem mais por onde melhorar as coisas. Embora queira, parece sempre muito difícil comunicar sem me defender. O que fazer para voltar a ser vista como alguém que prioriza a sinceridade, que gosta de demonstrar, de presentear e estar presente. Meu lado bom é tão predominante e mais interessante do que qualquer sentimento negativo, mas depois de um turbilhão de discussões deve ser difícil enxergar além das palavras.

Eu escuto: quero atitudes! Ok. Mas se o olhar atento do outro não for além delas e conseguir enxergar a verdadeira essência da alma e do sentimento de amor, nenhuma atitude será capaz de derrubar o muro dos desentendimentos. Eu vejo que cada briga deixou uma cicatriz e que as cicatrizes são tão ruins que bloqueiam os sentimentos bons como o carinho, o amor e a admiração.

Quero tudo isso de volta. Sentir aquela presença tua, sem nem ao menos tê-la fisicamente. Aquele sentimento que preenche e me enche de certezas. Que não faz eu estar aqui questionando o que eu realmente significo pra essa pessoa. Eu sei que 50% depende de mim, mas me vejo tão magoada com a falta de compreensão e diálogo que o silêncio e a distância parecem mais apaziguadores.

Não quero magoar, não quero ser magoada. E não acho que seja necessário isso, pois nunca deixamos de estar juntos, mesmo que em pensamento. Acredito no sentimento verdadeiro e no quanto é possível retomar aquela sensação de plenitude ao estar do teu lado. Mas pra tudo isso eu vejo que é preciso despir máscaras, orgulhos, (pré)posições. Será que é possível? Será que só o sentimento bom é suficiente para fazer tudo isso voltar a ser fator comum? Eu vejo que não e isso me faz muito mal. Seria tão mais fácil se a simples vontade de estar bem resolvesse tudo. Mas nem sempre é assim. Porque as armaduras tornam-se cada vez mais fortes e mais distanciadoras.

Eu me pergunto e não sei responder de que jeito fazer tudo voltar a ser melhor. Mas sei do que quero, do que gostaria de ter falado, do que gostaria de ter escutado. E isso não basta. É preciso realmente levantar a bandeira branca, se desarmar de qualquer sentimento e voltar a ver tudo de forma mais leve, mais promissora. Não desejo ser serva, nem senhora da razão. Desejo sim, algo bem maior e mais prazeroso. Gostoso estar na tua companhia, dividir histórias, piadas, conversas sérias, planos. É claro que eu tenho as minhas convicções, mas não me cerco de verdades imutáveis. Desejo apenas que escute meu ponto de vista, mas me questione se for preciso. Me faça ver as coisas por outro ângulo se achar necessário. Dialogue, não seja contra mim. Não acho que tudo que penso está certo. E é a dois e com conversas que é possível rever atitudes, pontos de vista e reformulá-los. Nada do que digo é premissa irrefutável. É sempre possível reavaliar e reavaliar-se.

Eu busco crescer contigo, não impor. Aprender juntos, criar as nossas verdades, as nossas crenças. E tudo isso só será viável se um dia você também escutar, avaliar e repensar. Não precisa aceitar, mas queira estar do meu lado que tudo encontrará um denominador comum. E se não for comum que pelo menos seja respeitado e considerado. Não nascemos juntos, não compartilhamos a maior parte de nossas vidas. Mas o futuro podemos criar. O que planta-se hoje, colhe-se amanhã. E se o amor for cultivado com bons sentimentos e cumplicidade já teremos um bom começo. O tempo passa e só os sentimentos ficam. A partir daqui é preciso parar e refletir. O que você espera daqui pra frente?

Nós mesmos é que somos responsáveis pelo amanhã. E a qualidade dos próximos dias depende de cada um de nós. Independe da opinião alheia. Depende do que demonstramos, do que fizemos para ser exemplo e para fazer o outro repensar. Autenticidade junto de compreensão pode ser a chave pra tudo dar certo. Não tenho medo de expor, tenho medo é de não poder ter a chance de falar o que sinto. Se você soubesse o quanto tenho de bom pra oferecer, entender os receios e impaciências (...).

Quero um amanhã bem mais tranqüilo.Poder saber que posso contar contigo e demosntrar o quanto você pode contar comigo. Pra onde vamos? Depende de nós.