E pensar que tem dias que a gente comete loucuras, leia-se atitudes contrárias ao que julgamos "correto" e passamos a nos culpar pelos erros e impulsos. Sejam eles quais forem! Uma frase mal dita, uma palavra mais ferrenha ou uma mão que não estendemos. Até aqueles erros bestas que cometemos por amor, por excesso de zelo ou por ciúme.
É da nossa natureza ceder à algumas tentações, passar por provas de fogo e sentimentos dualistas. Somos colocados na berlinda entre o certo e o errado muitas vezes. Temos a livre escolha, temos o coração e a razão. Somos humanos tentando se relacionar com humanos, com a natureza - com a vida. Errar faz parte da trajetória. Acertar também. Perdoar mais ainda. Somos inconstantes em busca da constância. Constância esta que nos conduza à sensação de paz. E vivemos assim, intercalando momentos de rebeldia com momentos de sensatez.
Hoje paro e penso que agir "corretamente" faz melhor para a alma. Mas o "correto" é relativo à cada um. Demorei para me desligar do "correto" da sociedade, da família e achar a minha versão, as minhas certezas, definições e princípios do que é certo. Então, o correto é - para mim - o que está de acordo com meu coração. Em geral é o que se faz em prol da felicidade própria sem transpor o respeito com as pessoas que nos cercam. Agindo assim, me sinto correta e merecedora.
Em resumo, percebi que o que é correto para mim não precisa, necessariamente, ser correto para o outro. E mesmo assim, me sinto plena e verdadeira! Reverencio as diferenças que nos fazem tão diversos e interessantes no altar particular de cada um.
Por isso, vale a pena investigar o que tanto nos marca e entender o que para nós tem significado bom e ruim. Seguir os nossos preceitos e julgar por nossas bases. Erramos sim! Mas vencemos se após o erro é possível reconhecê-lo e mudar. E digo mudar com referência à melhorar. Crescer. Amadurecer. Ser o que julgamos ser. Não o que se espera de nós. Mas o que esperamos sentir, compartilhar ou doar aos outros. O que somos de melhor. No que podemos ser melhores - e diferentes - e tão iguais se levarmos em conta o objetivo comum de ser único e especial. Nas nossas incongruências convergimos no desejo de ser feliz.
Desejo que o meu "eu" seja tomado de sinceridade comigo mesma, cada vez mais. Qual a minha loucura? Ser tão "eu" nesse mundo quadrático, enformado e moldado pelo "nós".