quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Arte & Expressão

E no universo da internet achei lindas ilustrações de Manuel Rebollo. Artista que não conhecia e me deixou fascinado com suas impressões sobre a alma feminina.


Um quadro destes na minha casa seria lindo demais. Expressivo, único e cheio de significado!

Uma seleção das ilustrações preferidas (by me):


"Homen in technicolor"


"The fascinating journey in elevator"


"oh chéri"


 "Love is Black & White"


"You're so vain but I'll love you so much tonight."

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Quase alucinação

Um dia te desejei
na mais alta loucura da minha estupidez
te rondei, te despi
na minha imaginação tão egoísta

e tu eras assim
tão meu - tão teu - tão nós
a meia-noite ou a luz do dia
atemporal devaneio

parei!
dividi a verdade da ilusão
e tudo me pareceu normal
cada qual em seu lugar

imaginar me fez feliz
e colocou um ponto final
nesse romance tão curto
entre eu e meu ego ideal

Qual a sua loucura?

E pensar que tem dias que a gente comete loucuras, leia-se atitudes contrárias ao que julgamos "correto" e passamos a nos culpar pelos erros e impulsos. Sejam eles quais forem! Uma frase mal dita, uma palavra mais ferrenha ou uma mão que não estendemos. Até aqueles erros bestas que cometemos por amor, por excesso de zelo ou por ciúme.

É da nossa natureza ceder à algumas tentações, passar por provas de fogo e sentimentos dualistas. Somos colocados na berlinda entre o certo e o errado muitas vezes. Temos a livre escolha, temos o coração e a razão. Somos humanos tentando se relacionar com humanos, com a natureza - com a vida. Errar faz parte da trajetória. Acertar também. Perdoar mais ainda. Somos inconstantes em busca da constância. Constância esta que nos conduza à sensação de paz. E vivemos assim, intercalando momentos de rebeldia com momentos de sensatez.

Hoje paro e penso que agir "corretamente" faz melhor para a alma. Mas o "correto" é relativo à cada um. Demorei para me desligar do "correto" da sociedade, da família e achar a minha versão, as minhas certezas,  definições e princípios do que é certo. Então, o correto é - para mim - o que está de acordo com meu coração. Em geral é o que se faz em prol da felicidade própria sem transpor o respeito com as pessoas que nos cercam. Agindo assim, me sinto correta e merecedora.

Em resumo, percebi que o que é correto para mim não precisa, necessariamente, ser correto para o outro. E mesmo assim, me sinto plena e verdadeira! Reverencio as diferenças que nos fazem tão diversos e interessantes no altar particular de cada um.

Por isso, vale a pena investigar o que tanto nos marca e entender o que para nós tem significado bom e ruim. Seguir os nossos preceitos e julgar por nossas bases. Erramos sim! Mas vencemos se após o erro é possível reconhecê-lo e mudar. E digo mudar com referência à melhorar. Crescer. Amadurecer. Ser o que julgamos ser. Não o que se espera de nós. Mas o que esperamos sentir, compartilhar ou doar aos outros. O que somos de melhor. No que podemos ser melhores - e diferentes - e tão iguais se levarmos em conta o objetivo comum de ser único e especial. Nas nossas incongruências convergimos no desejo de ser feliz.

Desejo que o meu "eu" seja tomado de sinceridade comigo mesma, cada vez mais. Qual a minha loucura? Ser tão "eu" nesse mundo quadrático, enformado e moldado pelo "nós".  

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Tem algo assim, com gosto de não sei o quê.

Tem algo assim, meio abstrato e vago no meu olhar. Parece tão sereno, mas tem minutos de vertigens, suspiros, elouquência e inexistência. Por mais que a vida esteja traquila, daquele jeito -"tá tudo bem" - o coração tem ânsia de alguma coisa que não sei o quê! Talvez um sentimento forte, arrebatador, daqueles que nos faz perder a cabeça e colocam emoção no dia-a-dia. Esses que só a paixão é capaz de protagonizar. Paixão pela vida e suas voltas - e seus mistérios.

Parece tarde de domingo, aliás, é tarde de domingo. Saborosa, sonolenta, tranquila, mas falta.. Falta sim! Falta aquele momento clímax, de enlouquecer, "botar pra ferver" e viver.
A vida é assim, eterna ânsia de mais, mais amor, mais barulho, mais tesão. Rotina desnorteada, bagunça arrumada, gosto de paixão! O silêncio me acomoda, me retém num universo a parte, numa conexão comigo mesma, com o que sou. Mas o inesperado, desperta!
Como quero encontrar o que meu olhar tanto procura. Olhos além, mirando não sei o quê, mas ao certo, deve ser algo muito louco e apaixonante. Vou em busca desse sentimento reverso que liberta, que desatina e conserta essa vida tão cheia de surpresas e solidão.

Preciso

Caio Fernando conseguiu dizer tudo que eu gostaria:

"Preciso de alguém que tenha ouvidos para ouvir, porque são tantas histórias a contar. E um grande silêncio desnecessário de palavras. Para ficar ao lado, cúmplice, dividindo o astral, o ritmo, a over, a libido, a percepção da terra, do ar, do fogo, da água, nesta saudável vontade insana de viver. Preciso de alguém que eu possa estender a mão devagar sobre a mesa para tocar a mão quente do outro lado e sentir uma resposta como - eu estou aqui, eu te toco também. Sou o bicho humano que habita a concha ao lado da concha que você habita, e da qual te salvo, meu amor, apenas porque te estendo a minha mão. No meio da fome, do comício, da crise, no meio do vírus, da noite e do deserto - preciso de alguém para dividir comigo esta sede. Para olhar seus olhos que não adivinho castanhos nem verdes nem azuis e dizer assim: que longa e áspera sede, meu amor. Que vontade, que vontade enorme de dizer outra vez meu amor, depois de tanto tempo e tanto medo. Que vontade escapista e burra de encontrar noutro olhar que não o meu próprio - tão cansado, tão causado - qualquer coisa vasta e abstrata quanto, digamos assim, um caminho."