As palavras são muitas. As emoções são reflexos do que a alma grita e os olhos não conseguem mostrar. É preciso mais. É preciso exposição, gritos, confissão. Tudo que se sente se esvai em palavras: altas, trêmulas ou quase mudas. Só assim é que a alma chora. Muda-se a freqüência conforme o corpo evolui a dor. Pontua- se.
[Entonação]
Verborrágica ação de sentido, de libertação. Hora de jogar tudo pra fora, esvaziar o coração.
[Explosão]
Exterioriza-se na linguagem o que o consciente e o subconsciente resolveram não calar. Amacia-se a raiva na conformidade, na medida que a voz cansa e a alma se regozija de calmaria. Da boca saiu o asco, o orgulho, a incompreensão. Palavras libertas. Agora já corre no ar e some no vento. O que causou não se sente. Só é possível saber que não ocupa mais a totalidade da dor. Foi ato de despreendimento da alma que descansa na tranqüilidade e sabe que já não lhe pertence mais tanto caos.
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